20 junho, 2007

A VERDADE SEMPRE APARECE

Na última segunda-feira tive a honra de conhecer o deputado federal Ibsen Pinheiro (PMDB-RS), em jantar na casa de Carlos Marun (PMDB), Secretario de Habitação do Estado.
Ibsen foi a Campo Grande atendendo convite do Centro Acadêmico de Direito Luiz Feracini (CALUFA), na UNIDERP, para a solenidade de posse da nova diretoria e proferiu palestra com o tema: Democracia e Política.

Todos sabem que, há catorze anos, Ibsen foi vitima do mau jornalismo. O jornalista Luís Costa Pinto, à época (1993) editor da revista Veja em Brasília, recentemente confessou o cometimento de um erro que acabou com a vida política de Ibsen.

Essa revelação mostra que a descoberta da verdade independe de mecanismos repressivos como deseja o governo Lulla. Em 1992, Fernando Collor teve seu impeachment aprovado pelo Congresso. Um ano depois foram cassados parlamentares por corrupção na célebre CPI do Orçamento. No centro dos dois casos estava Ibsen. Político em franca ascensão, ele comandou a sessão que abriu o caminho para o impeachment. Um ano depois, enfrentou um calvário que culminaria em sua cassação, escudada em uma acusação de envolvimento com a Máfia do Orçamento.

A verdade é que nada foi provado contra Ibsen, tanto que, no Poder Judiciário, nenhuma ação prosperou contra ele, nem sofreu limitação, autuação ou qualquer ato público -fora o de seus pares- que demonstrasse qualquer ação sua contra a lei ou contra o Erário.Foi condenado pelos deputados federais da época, à luz dos efeitos da alavancagem de uma mentira, mais tarde revelada ao público, como se a mera alegação valesse mais que o Direito e a verdade dos fatos.
A imprensa não agiu adequadamente, mas sua condenação foi realizada pelo Congresso Nacional, que atalhou brilhante carreira política e julgou culpado um inocente.

Escrevi tudo isso para dar alento às vitimas dos maledicentes, pois nada melhor que o tempo para mostrar quem tem razão. Ibsen voltou à vida pública, como vereador por Porto Alegre-RS em 2004 e agora é novamente deputado federal por aquele Estado. Perguntei-lhe então:

ELIZ: Deputado, o Senhor foi injustiçado pela má imprensa, como se sente agora, que voltou a vida pública?

IBSEN: Sou um privilegiado, pois fui julgado e condenado, apesar de inocente, mas uma vez provada a minha inocência, tive a reparação em vida, fato raro de ocorrer pois tantos outros recebem a reparação apenas pós obituário. A reparação foi até maior que eu esperava e só aconteceu porque a imprensa no Brasil, graças a Deus, é livre.

ELIZ: Diante da situação que estamos vivendo no Brasil em que a imprensa ao divulgar “escutas telefônicas”, que nem os advogados de defesa tiveram acesso, acaba por criar um ambiente de julgamento e condenação popular, o Senhor que acha que a mesma está extrapolando um importante papel que lhe foi outorgado pela Democracia?

IBSEN: Pode ser que esteja havendo excesso por parte da mídia, mas sou contra a qualquer tipo de censura a imprensa. No caso das escutas telefônicas, acredito que a lei deva ser aperfeiçoada e para que não haja abusos, a policia deverá obter primeiro um parecer do Ministério Público, para finalmente, solicitar a ordem judicial. As acusações injustas são riscos da vida pública. Mas graças à liberdade de imprensa pude retornar a vida pública.

"Há coisas que aprendi por um método muito difícil, que não recomendo a ninguém. Mas, se pudermos aprender com o sofrimento dos outros, teremos bônus sem ônus.” (Ibsen Pinheiro).

AGRADECIMENTOS

Agradecemos aos leitores que são a razão do sucesso desta coluna, em especial aos vinte advogados que se fizeram presentes no I Fórum em Defesa das Prerrogativas do Advogado, no último dia 15 de junho, bem como meu leitor de carteirinha, Dr. Mauro Mármora, que está feliz da vida com o Executivo que promete finalmente encaminhar à Câmara de Vereadores, Projeto de Lei regulamentando definitivamente a carreira de procurador municipal, consolidando, assim, as prerrogativas necessárias ao exercício da função de procurador, como também legalizando um instrumento fundamental de afirmação da autonomia político-administrativa de Ponta Porã. Fala Sério.

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