16 agosto, 2005

FALANDO SERIO - PRESENTE AOS PROFESSORES e 10 de agosto a greve dos professores

A greve dos professores
Como já havíamos antecipado nesta coluna, a greve dos professores teve um final esperado. Porém, todos saíram ganhando, o Prefeito ganhou tempo, os professores esperança, pois é disso que vivem esses profissionais de valor inestimável, homens e mulheres que doam seus conhecimentos e preparam cidadãos para o futuro. Intelectuais e sensíveis acreditaram na esperança que receberam como reposição salarial.
Os alunos também saíram ganhando porque não terão que ir à escola em finais de semana para a reposição de aulas, lógico. E os pais que foram para o trabalho, sossegados sabendo que seus filhos estão seguros na escola.

Por que a greve acabou?
“Porque o prefeito olhou nos nossos olhos e pediu que tivéssemos calma, pois ele está lutando para encontrar a melhor solução, vai nos atender e além do mais a gente queria tratar com o prefeito e não com peão.”
A frase acima me foi dita por uma professora, e entendi perfeitamente o significado, o que acabou com a greve foi a presença física do prefeito, foi seu carisma e seu firme propósito de buscar, ele mesmo, uma solução para o conflito. Nesses momentos não há outra pessoa que possa resolver qualquer impasse, senão o prefeito, e como bem disse a professora, o resto é peão querendo ser patrão.

Parente - I
No setor privado, o grupo pão de açúcar é o maior exemplo de que empregar parente é um mau negócio. O parente nunca está satisfeito, quer sempre mais e pensa que tudo que recebe ainda é pouco. O resultado é a bancarrota. O grupo pão de açúcar só saiu do buraco quando colocou nos cargos de chefia pessoas que não pertencem a família Diniz.
Se no setor privado é isso, imaginem quando se administra a coisa pública, o parente é o fim de qualquer administrador, principalmente quando quer tomar as decisões pela administração, melhor nem pensar em exemplos.

Parente – II
Diz um ditado popular “cunhado não é parente, é acidente”, trocadilhos a parte, independentemente da lei municipal aprovada a toque de caixa no final do ano passado, autorizando o nepotismo em Ponta Porã, que, diga-se de passagem, era proibido até dezembro de 2004. Mas na verdade, continua sendo, pois a Lei Complementar que instituiu o Estatuto do Servidor proíbe o nepotismo, assim como nossa Constituição, melhor fazer vistas grossas, pois o economista João Marcos Lacoski é um homem de extrema competência, seriedade e obcecado pelo trabalho. Cunhado do prefeito, mas como diz o ditado popular “cunhado não é parente” o João Marcos para o prefeito foi um presente.

Boa escalação
Verdade seja dita o arquiteto Hélio Peluffo está deixando a cidade um brinco, inclusive os bairros; o engenheiro Cilneo Arce, funcionário de carreira está comandando como ninguém a secretaria de administração, tirante os baixos salários, que não é culpa dele, os funcionários estão satisfeitos com o secretario; o economista João Marcos Lacoski, que não gosta de aparecer, mas os bons frutos de seu trabalho falam por ele; na saúde, a fibra e a determinação da Dra Regina Gattas Ferreira, com certeza reverterão o triste quadro da falta de atendimento aos paraguaios.

Mal entendido
Semana passada estivemos em Antonio João e fomos informados pelo pessoal da Câmara Municipal (gente simpática e cordial) que houve um grande mal entendido envolvendo o presidente daquela casa de leis, vereador Paulo Rodrigues, que diziam ser contra a doação do terreno para a construção da igreja do padre Mello.

Pingos nos “is”

O Presidente da Câmara de Antonio João, segundo seus assessores, nunca foi contra a doação de terreno para a construção de sede própria para a igreja católica, pelo contrário, ele é favorável a doação de terrenos para as outras igrejas também. Isso mesmo Presidente Paulo Rodrigues, para se atingir os fins sociais, um homem público deve respeitar todos os credos, afinal, somos todos filhos do mesmo Deus.

A greve é legal.


A greve de professores da rede pública sempre foi utilizada como instrumento legitimo contra governos opressores, contra a liberdade negativa em que se fundamentam os viciados em poder, fama e dinheiro, que tão logo alcançam o almejado poder, como já foi dito anteriormente, se tornam autistas, enxergando apenas o próprio umbigo.

As promessas

Quando um prefeito não consegue cumprir suas promessas de palanque não significa que é incompetente, pelo contrário, todo homem público que promete, almeja sim, cumprir tais promessas. Entretanto, para isso se faz necessário que não delegue tantos poderes aos seus secretários, estes sim, não foram eleitos pelo povo. Basta o exemplo de José Dirceu para que todo mundo entenda o que esta acontecendo em Ponta Porã.

Adianta parar?

A atual greve dos professores em Ponta Porã, está prejudicando a eles mesmos porque segundo afirmaram estão sofrendo perseguições de um determinado supersecretário que ao que tudo indica não irá ceder, assim, não existe mais justificativa para a greve, pois esse não é o único instrumento legal contra um governo opressor.

Cuidarei dos teus filhos como se fossem meus

Os professores disseram que estão lutando não por um futuro, mas por um presente, eis que passam toda a sorte de privações, estão passando fome e desespero. É, somente sob esse prisma dá para entender o real significado dessa greve.

Se por um lado a greve prejudica a população, por outro não há como educar filhos dos outros para o futuro quando seus próprios filhos têm um presente desmoronado, sem perspectivas e famélico, os professores lamentam que seus próprios filhos estejam assistindo o magistério de seus pais ser escamoteado.

A solução


Educar os filhos alheios é a maior prova de amor pela profissão, mas também é uma grande responsabilidade e dois trunfos que os professores possuem nas mãos, mas parece que desconhecem. O primeiro é o poder intelectual e o segundo é a confiança na justiça assim deveriam denunciar todo tipo de perseguição não só através da imprensa, mas na delegacia de polícia, pois ameaça é caso de polícia. Em segundo, esse sim, o maior de todos os trunfos, o poder de educar para o futuro, chamar os alunos para seminários, debates, conscientização sobre política e ética, justificando suas reivindicações e desmascarando de vez aqueles que estão contra o povo. A justiça e a opinião pública são grandes aliadas, esta já está com os professores, a outra, a Justiça, precisa ser provocada.

Solidariedade

O importante é que haja solidariedade de todos os funcionários públicos, pois é muito alto o preço que se paga pela honestidade, pelo idealismo e pela rebeldia.

Todos conhecem a história de uma funcionária pública que sempre lutou pelos seus colegas, porém, um dia se acovardou e preferiu se afastar a denunciar e agora virou a “Geni do Chico Buarque”, os poderosos lhe atiram pedras, lhe atribuem a autoria de tudo que lhes acontece de ruim, fato que se reflete nos colegas que ficaram e que são constantemente intimidados.

Mas nesta vida tudo passa, ficando apenas a certeza de que a verdade tal qual a baleia vem sempre à tona para respirar. O senador José Sarney, deveria dizer ao Lulla o que disse neste domingo no programa “fantástico” (rede globo): “O poder é o que existe de mais efêmero”.

Em cima do muro?

Como o vice-prefeito Álvaro Soares está dizendo que apóia a greve, sem no entanto se posicionar contra o prefeito Kayatt, perguntamos a ele pelo telefone o que segue:

Eliz: O Senhor se diz solidário com os grevistas mas não está contra o Prefeito, isso significa que sua posição é em cima do muro?

Álvaro Soares – Não senhora, acho que para apoiar alguém não precisamos ser contra ninguém. Não quero apoiar os professores como uma forma de afrontar o chefe do executivo, e sim pela minha consciência

Eliz – Se o senhor fosse chamado pelo prefeito para ajudar nas negociações o que faria? Resolveria o impasse?

Álvaro Soares – Se fosse chamado iria, entendo que os professores merecem respeito e estão sendo injustiçados, acho que sim, resolveria o impasse.

Eliz – Como o senhor faria isso?

Álvaro Soares - Diminuir os gastos com assessores, com obras e outras despesas para poder priorizar os trabalhadores municipais, pois primeiro temos que valorizar as pessoas para depois pensarmos em obras As obras sozinhas não resolvem os problemas do povo, quem resolvem são os professores, os médicos, enfermeiros, trabalhadores nos serviços de limpeza pública, nas repartições etc.

Eliz – Posso publicar isso?

Álvaro Soares – Faça o que sua consciência lhe autorizar.

Agradecimentos

Aos leitores, um grande abraço, principalmente à Maristela Sanches dos Santos, Paulinho Tirelli, Soares Muller, Dr. Modesto, Alda Ayala, Dra Julia Lima, Fátima Varela, Prefeito de Antonio João, Juneir Martinez, Paulo Rocaro, Edgar Saraiva, Morgana Portela, Dr. Eduardo, Clodoaldo R. Duarte e a todos os meus colegas de Prefeitura que é impossível nominar, mas que estão todos os dias no meu pensamento e nas minhas orações.
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