14 setembro, 2006

Entrevista concedida ao Jornal da Praça

Entrevista concedida ao Jornal da Praça pela candidata a Presidência da OAB 5ª Subseção de Ponta Porã

JP: Porque a senhora deseja ser presidente da 5ª Subseção da OAB/MS?

Eliz: Como minha candidatura não é fruto de uma vaidade particular, mas sim do desejo de colegas de vários seguimentos da advocacia que conhecem minha trajetória de vida e desejam que eu os represente nessa difícil tarefa de resgatar a dignidade e o respeito que a nossa classe merece, me coloquei a disposição de todos os advogados da comarca. Meu desejo não difere do desejo dos meus colegas advogados que é o resgate da credibilidade de nossa classe perante a sociedade.

JP: Há quantos anos a senhora exerce a profissão de advogada e qual é a sua capacitação profissional para gerir a 5ª Subseção de Ponta Porã, localizada em fronteira sabidamente problemática?

Eliz: Há 10 anos tenho o privilégio de ser advogada. Minha capacitação provém da conduta profissional, do amor à advocacia, do trabalho diário, das petições, do trabalho voltado à comunidade em que nasci, do respeito aos colegas e do espírito de companheirismo, v.g. se for eleita presidente da 5ª Subseção, imediatamente entrarei em contato com minhas colegas, ora adversárias, para trabalharmos pela Ordem. Não sou divisionista, pelo contrário, quero unificar e fortalecer a Ordem dos Advogados em Ponta Porã. Também, durante a campanha tenham certeza que não espalharei boatos sobre eventuais desistências de outras candidatas e as convidarei para todas as reuniões, principalmente, para o lançamento oficial da campanha, fato que deverá ocorrer no início de outubro.

JP: Uma corrente, composta dos mais brilhantes advogados do País não advoga esse tipo de eleição atual, sugerindo que os advogados deveriam votar apenas para um candidato a presidente e vice e em um para conselheiro. Nesse caso o conselho seria formado por candidatos avulsos, desvinculados de “chapas”. Qual a posição da senhora sobre esse assunto?

Eliz: Comungo das mesmas idéias da corrente mencionada, porque estamos falando de advogados, profissionais formadores de opinião e que já não aceitam o chamado “voto de cabresto”.

JP:É difícil montar uma “chapa” para entrar na disputa pela presidência da Subseção? Por quê?

Eliz: Não houve dificuldade, pois a “chapa” está formada por advogados de vários setores da advocacia que se propuseram a trabalhar pela classe.

JP:Os membros das “chapas” são escolhidos pela sua experiência profissional, saber jurídico ou por outro tipo de relação, tal como amizade, simpatia ou grupos de interesse comum?

Eliz: Não posso afirmar nada sobre as outras chapas. Já com relação à nossa posso dizer que os membros foram escolhidos naturalmente pela disposição em trabalhar pela classe. Não somos apoiados por nenhum grupo, nossa candidatura não foi imposta por ninguém. Criamos uma “chapa” independente como deve ser todo advogado.

JP:No seu entender qual é a função primordial da Ordem dos Advogados e, mais especificamente, da Subseção?

Eliz: É a valorização do advogado. Se for eleita, em minha gestão o advogado não será posto para fora dos gabinetes dos juízes injustamente. Nunca mais o advogado tomará “chá de cadeira” em delegacias sem que a autoridade que agir injustamente seja representada junto aos órgãos superiores. Além do que nossa diretoria não tomará medidas autoritárias, pois pretendemos formar um conselho consultivo composto por pelo menos 11 advogados de notável saber jurídico e com representatividade de todos os escritórios para que não tomemos decisões unilaterais. Não quero com isso dizer que seremos subservientes, mas também não seremos autoritários. Na minha gestão a 5ª Subseção será de todos os advogados.

JP: A senhora gostaria de fazer alguma observação, suprindo, assim, alguma questão que não lhe foi endereçada?

Eliz: Todas as perguntas foram pertinentes e bem colocadas. Não há nada a acrescentar na entrevista.

JP: A senhora está vinculada a qual “chapa” para eleição do Presidente da Seccional de Mato Grosso do Sul?

Eliz: Apoio e voto em Fábio Trad, mas não imponho isso aos demais companheiros de “chapa”, até porque pertenço a uma classe que luta pela liberdade e tenho o maior orgulho em ser advogada é isso que quero passar para todos, principalmente para os mais jovens: Como é bom ser advogado.

"Consciência no voto"

A convivência é uma escola, mas a vivência antes de tudo é uma ciência que não está nos livros. Sem abrir mão dos livros, encartes, e até bulas de remédios, a vivência me autoriza a dizer que somente vivendo é que se aprende que os sinais exteriores não correspondem à verdade dos fatos, que a generosidade é um perigo quando emantada na conveniência; o altruísmo no egoísmo; a sinceridade na máscara da mentira e quantas vezes a própria força negativa nos aparece emantada na suposta justiça.E porque mistificamos tudo? A resposta, como diz Ney Magalhães, é lógica.E afirmo que só quem como eu teve o desprivilegio de conhecer pessoas que praticaram atos com objetivos aparentes, diversos dos reais, pode afirmar que os tapinhas nas costas nesse período eleitoral podem servir para nos empurrar para o abismo e os afagos na cabeça para nos afundar, principalmente se estivermos com a alma banhada por um oceano de lágrimas.Caro leitor, quantas maneiras existem de ser ver as coisas, depende da posição em que se está, a visão, sem dúvida é diferente, bem diversa do que se imagina.No meu ponto de vista Ponta Porã e Pedro Juan Caballero – uma única cidade - na minha insignificância sempre sonhei com essa unificação mesmo que na esfera de um mundo irreal, até perceber que não sonhava sozinha, e como diz o poeta “sonho que se sonha só é apenas sonho, mas sonho que se sonha junto, é realidade".Ao adentrar no processo natural de envelhecimento do corpo, então passei a sublimar minhas vaidades para o campo do social e ao fazer isso percebi que em que pese as Leis, em que pese a Soberania Nacional, em que pese, sobretudo, os Poderes Constituídos, nós somos nada mais nada menos que sobreviventes nesta terra de ninguém.Não vamos nos enveredar para o campo da segurança pública, não a temos. Está provado e ponto final. Mas dirigimos nossa crítica para a seara da corrupção, das sanguessugas, mensaleiros, vendedores de emendas parlamentares, corruptos, corruptores, fraudadores de licitação e os corrompidos. Todos com os nomes já divulgado pela imprensa.Tememos em afirmar que por inúmeras razões o mesmo homem que fez uma multidão de velhinhos passarem fome e até morrer nas filas do INSS, vejam bem, não falo do Ministro, mas sim do patrão, “Lulla” está prestes a se reeleger. Teremos novamente um déspota para nos governar.E por falar em INSS, me reporto imediatamente à saúde, e por mais que tente olvidar, guardo na memória auditiva a voz do intendente de Pedro Juan Caballero ao ser entrevistado por uma rádio local dizer claramente que temos a obrigação de atender no Hospital Regional Dr. José de Simone Neto, a todos os “votantes” que residem do outro lado da linha internacional, pois são sete mil pessoas que decidem uma eleição municipal. Dr. Zezé de Simone que sempre atendeu brasileiros, paraguaios, pessoas de qualquer nacionalidade deve se amargurar com as agruras que passam os “votantes” que por força de Lei, não merecem atendimento do lado brasileiro. O homem que trouxe luz para esta cidade e trouxe à luz tantos homens e mulheres devem imaginar que melhor substituir o nome do hospital para Dr. Menguele, o médico de Hitler.Saibam pontaporanenses que pagam seus impostos, que a atravessar um dos marcos que dividem nossos Países, encontraremos brasileiros que optaram por lá viver, por lá sobreviver, para obterem um emprego ou subemprego, luz mais barata, impostos mais baixos. Mas também residem cidadãos com dupla nacionalidade que se sentem na “obrigação de votar”, para que um dia, no futuro possam se aposentar recebendo os míseros trocados do INSS porque o corpo já será frágil para o trabalho e os medicamentos, se tornarão gênero de primeira necessidade. Ao que parece no Paraguai não existe um instituto de aposentadoria.
Vejam a brecha que se abre nesse diapasão para que os corruptores saiam à caça desses “votantes” e lhes compre o voto. Quem vende o voto não pensa no futuro seguro como os corruptores lhes fazem crer. Mas então está tudo errado. E a culpa é de quem? Da Justiça Eleitoral, da Policia Federal. A resposta, é não. A culpa é dos homens que compram os votos, pois não existe a conscientização para os que se vendem que ao elegerem um político corrupto, suas aposentadorias podem nunca acontecer porque aos prostituírem seu voto, prostituem também suas almas doam sangue às sanguessugas.Este pequeno drama individual que vivemos aqui em Ponta Porã se reflete no grande drama do mundo, da luta entre o bem e o mal, da redenção do homem através da dor.No dia 1º de outubro próximo o desafio será grave e o embate gigantesco. E se na dor da velhice somos todos irmãos e brasileiros é preciso conscientizar “los votantes” que os valores para os compradores de voto é a riqueza material mas para quem vende o voto não é a certeza de uma velhice segura, pelo contrário é uma velhice sofrida.Temos o dever cívico de conscientizar que o futuro é imprevisível ainda mais quando damos o poder para homens do mal.Embora não concordamos com a corrupção, ela existe, então que esse povo pobre pegue o dinheiro que lhes é oferecido, tal qual a criança aceita o doce, mas que votem com a dignidade de um idoso. Ensinemos a eles, “los votantes” que ao venderem suas consciências, estarão se tornando cúmplices dos corruptos, se votar neles em troca de dinheiro estarão incorrendo em responsabilidade.Vamos, pois, nos organizar, posto que este texto pode não chegar às mãos daqueles que vendem seus votos, mas com certeza não passará incólume pelas vossas vidas, que é séria e dura e porisso precisamos defendê-la.E como fazer isso agora companheiros? Vamos fazer saindo às ruas e evangelizando, pois Deus não lhes tirará o pão. Vamos tentar instruir e ensinar que ao lado do triunfo do comprador de votos está a miséria daquele que se corrompeu. E na pior das hipóteses, vamos ensinar-lhes a ser um Judas às avessas, receber o presente, o dinheiro, a cesta básica e retribuir nas urnas com o que há de mais sagrado no homem e na mulher, a consciência. Ensinar que o corrupto nada mais é que um demônio emantado e dar-lhe o troco, votando em homens limpos, cujo passado já provou que o futuro pode sim valer a pena.E se errarmos, a Democracia que vem do povo que vem de Deus, nos dará uma nova oportunidade, pois do jeito que está não pode ficar. Ou então, fiquemos em casa e aceitamos a velha máxima de que “o inferno é aqui”. Isso é inconcebível para o pontaporanense, que deve mostrar aos sete mil votantes do lado de lá, que o mundo não pára de girar, insista, que a consciência pode se deteriorar. A alma não.Leitores perdoem se pequei pelo excesso, sou humana, tenho o direito de errar, mas não peco pela omissão, sou de Ponta Porã.

Porque devemos eleger um deputado de Ponta Porã


Pedro de Souza Lima, advogado, ex-presidente da Ordem dos Advogados do Brasil 5ª Subseção e atual delegado regional do CRECI/MS


"Para que o Município possa resgatar sua importância no cenário político estadual e federal, além de possibilitar aos munícipes poder acompanhar e fiscalizar efetivamente o desempenho e coerência de seus candidatos."


Silvia Marli Eidt, comerciante, presidente da ACPP (Associação Comercial de Ponta Porã)

"Por se tratar de um momento tão importante para o nosso futuro, acredito que mais do que nunca, devemos mais uma vez acreditar e dar um voto de confiança em pessoas que conhecem nosso dia a dia, que sabem de nossas carências, e são pessoas com quem temos contato diário e assima amanhã "cobrar" as promessas de melhorias para a nossa cidade"



Renato Gomes Leal
Advogado

Quando queremos que alguém faça alguma coisa por nós, escolhemos uma pessoa de nossa inteira confiança, depois a constituímos como nossa procuradora, seja por um ato particular, público ou até judicial. O voto nada mais é que uma procuração passada ao candidato escolhido para que, se eleito, nos represente junto aos poderes legislativo e executivo, na esfera municipal, estadual ou federal.

Votando em candidatos de outras regiões, estaremos fortificando as conquistas politicas para essas regiões em detrimento da nossa, aliás, o que têm feito com bastante frequência nossos eleitores, por isso vemos cidades cincunvizinhas progredirem enquanto que a nossa querida Ponta Porã lamentalvelmente é fadada ao retrocesso.

Assim, nosso representante tem que ser alguém de confiança, e, sobretudo que conheça bem os problemas de nossa cidade e de nossa gente para poder defender os interesses da região e da população que aqui permanece.







Ramão Silva Florenciano
Presidente da Associação de Taxistas de Ponta Porã.



Falo que Ponta Porã precisa ter deputados para com isso ter representatividade e nós pontaporanenses também ficarmos com prestigio politico e alguem que possa nos representar na Câmara Estadual e Federal. Nós Merecemos!







“Quem acredita e quer viver em Ponta Porã, deve comprar e valorizar os produtos da terra. Votando num deputado que esteja próximo de nós e vive a realidade da fronteira e seus costumes. Mas é preciso o real compromisso com a nossa cidade”
Ana Maia de Macedo
Comerciante, diretora da ACPP e Recanto dos idosos





“Pois certamente que um deputado de Ponta Porã seja ele estadual ou federal, vai lutar com mais afinco por benefícios para a nossa cidade. É natural do ser humano defender os seus interesses mais próximos e nas disputas nas câmaras legislativas, seremos melhor representados por alguém que vive e bem conhece o nosso município”
Ellen Cléa Stort Ferreira Cervieri - advogada





Eu acredito que devemos eleger um deputado de Ponta Porã, pelo fato dele enxergar aqui uma cidade próspera com gente séria e com vontade de trabalhar pelo engrandecimento de nossa querida PRINCESINHA DOS ERVAIS, e não políticos que só vem aqui pra pedir votos e fazer compras no Paraguai. Ponta Porã é maior que isso e seu povo deve ser privilegiado com representantes natos.
Nuno Saldanha Gaeta
Universitário

NÃO HÁ CONQUISTAS SEM RENÚNCIAS


Não há conquistas sem renúncias


Este artigo não pretende lançar teorias sobre grandes conquistas, apenas relata a experiência de quem paga o preço pela conquista de um espaço, elucida qualquer dúvida quanto à existência de seres conscientes de que quanto maiores seus desejos, maior deve ser o esforço empreendido e que quanto mais rápido se almeja algo, mais apressados devem ser seus passos, posto que a vida é frágil e o tempo passa rapidamente.

Quem luta por um ideal é auto-destrutivo e costuma sacrificar um nobre trabalho renunciando o necessário. É tão anti-vital que sacrifica seus próprios rendimentos pelo prazer dos que não merecem sacrifícios, acabando por privar dos resultados àqueles que merecem.

Tudo é processo de depuração e nele não há vítimas, até terceiros que não mereciam sofrer ao passarem privações seus espíritos se elevam. Sim, o sofrimento ensina.

Algozes também não há, são apenas espíritos instintivos, afinal, somos humanos e cada um tem seu grau de evolução e isso independe da escolarização. Os Kardecistas explicariam melhor esse grau de evolução dos terráqueos.

E porque o mundo finge amar quando na verdade odeia os idealistas? A resposta é simples, porque sonhar é um martírio, querer o bem é uma grande dor e os Reis só amam os bajuladores. Os idealistas estão fadados à eterna solidão, renunciando a tudo pela conquista de um sonho, se esquecem que são mártires. Tiradentes jamais teria sido enforcado e esquartejado se fosse subserviente e Joana D´arc teria morrido velha e rica.

Não, não é nada bom ser idealista sejam, pois, egoístas. Os egoístas são felizes, não pensam no coletivo, são excelentes pais de família, ao contrário do idealista, eles não escancaram o coração nem expõem a vida pessoal, coisa que o idealista adora fazer, e tem mais o idealista se curva somente perante Deus, O Criador do Universo. Eis a razão pela qual os egoístas tanto temem o idealista, pois este só se fortalece a cada golpe e ao ser derrotado morre em pé, mas não admite viver a vida ajoelhado.

Sempre se travarão batalhas entre ambos, pois o primeiro sabe que nunca terá como servo o segundo.

Sendo sozinho e perseguido, nos momentos difíceis não é ajudado, não tem paz nem para trabalhar. Na vitória é exaltado, mas é livre, não deve nada a ninguém. O idealista sofre de uma angustia que o desola e que chamam de loucura, nesses momentos cria e recria e conquista vitória para todos, inclusive, para àqueles que lhe rotulam de loucos e infelizes.

Ser idealista é ser louco e infeliz, pois só os loucos trabalham tanto para a felicidade alheia e para o conforto coletivo.

Feliz e normal deve ser o egoísta, pois se acha eterno, vegeta, nunca pensa.
Infeliz é o idealista, não vê diferenças entre ele e os egoístas. Sabe que não é eterno, que será sempre pobre e, por ironia, mesmo que se esquive dos egoístas todos os dias, ele sabe que chegará a hora em que todos terão o mesmo endereço: Rua Rio Branco, s/n, bairro da saudade.

A CPI DE QUEM SERVE A DOR PÚBLICA

Quando Guimarães Rosa escreveu: “O real não está na saída nem na chegada; ele se dispõe para a gente é no meio da travessia”, talvez ele quisesse interpretar a milenar poesia chinesa “A alegria dos peixes”, que nos ajuda a conhecer melhor a visão do mundo dos entes com quem convivemos. Na poesia Chuang diz a Hui: “Veja como os peixes pulam e correm tão livremente: Isto é a felicidade”. Hui responde: “Desde que você não é peixe como sabe o que torna os peixes felizes?”. E Chuang respondeu: “Desde que você não é eu, como é possível que saiba que eu não sei o que torna os peixes felizes?”. Hui argumentou: “Se eu não sendo você, não posso saber o que você sabe, daí se conclui que você, não sendo peixe, não pode saber o que eles sabem.” Chuang, respondeu magistralmente: “Conheço a alegria dos peixes no rio, através da minha própria alegria, à medida que vou caminhando à beira do mesmo rio.”

Chuang Tzu tinha razão, somente haveremos de saber o que o outro sente se nos colocarmos, abstratamente, no lugar do outro. No meu cotidiano de advogada sempre busquei explicar às pessoas que recebem uma ordem judicial para prestarem um depoimento, seja como réu, seja como testemunha que em ambos os casos é importante comparecer perante a Justiça, pois se réu e inocente, será a grande chance de provar sua inocência, se testemunha, tamanha sua importância como auxiliar da Justiça, desde que fale a verdade, que nunca entre no mesmo diapasão do trabalho mental do acusador, e que não passe a ter devaneios persecutórios, ou seja, desde que não se coloque como acusador, pois cada um tem o seu papel a cumprir.

Pois bem, ao receber a convocação assinada pelo Presidente da CPI do Previporã, vereador Dr. Antonio Carlos Siufi Hindo, com o seguinte texto: (A Comissão Parlamentar de Inquérito, instaurada para averiguar irregularidades e eventuais desvios de verbas no Instituto de Previdência Social dos Servidores Públicos de Ponta Porã – PREVIPORÃ, no uso de suas atribuições legais, resolve convocar a Sra. Elis Franco, para comparecer no dia e hora abaixo designado, a fim de prestar esclarecimentos sobre fatos diretamente relacionados com matéria objeto da investigação. Sua presença será importante para elucidação dos fatos. Informamos Vossa Senhoria que caso não compareça, a Comissão se valerá dos meios legais coercitivos. Dia 31 de outubro de 2005. Local: Plenário da Câmara Municipal de Ponta Porã. Hora: 14:15horas.) me alegrei com a possibilidade de auxiliar à Justiça, pois uma CPI, tem poderes equivalentes ao Judiciário, me alegrei mais ainda com a homenagem que me dirigiu o Vereador Dr. Hindo em nome de todos os funcionários públicos, na sessão de quarta-feira passada.

Porém, só me dei conta do alcance emocional de uma CPI, quando alegremente contei à minha mãe que irei depor. Naquele momento, de alegre testemunha de fatos que nada vi e nada posso falar, me transformei em personagem de CPI, pois minha mãe que não é advogada e pouco sabe a respeito de uma Comissão Parlamentar de Inquérito me perguntou por que razão irei depor? Que é que eu fiz?

Uma Comissão Parlamentar de Inquérito serve para apurar fatos. Não sou ré, tampouco testemunha, posto que nada testemunhei, mas sou parte interessada e hoje no dia dedicado ao Funcionário Público me sentei frente ao computador para esclarecer aos meus leitores e aos meus colegas servidores públicos que ao contrário do que disse o vereador João Lange, na última sessão da Câmara, num pronunciamento esdrúxulo, (afirmando que nós não poderemos resgatar o dinheiro que, supostamente, desapareceu dos cofres de nossa previdência, pois o que passou, passou, além do que o valor é tão alto que daria para comprar muitas cestas básicas) que o mesmo está enganado, pois podemos sim ver a restituição do dinheiro do PREVIPORÃ, é isso o que primordialmente queremos.

Nós servidores públicos não queremos punir ninguém, a Justiça fará a parte punitiva. Nós servidores públicos queremos o nosso dinheiro de volta e é possível resgatá-lo, basta que cada um faça a sua parte e que se coloque pelo menos uma vez em nosso lugar. São muitos anos dedicados ao serviço público e contamos com esse dinheiro para nossa velhice. Achem os culpados, bloqueiem suas contas bancárias e tornem indisponíveis seus bens, depois levem a hasta pública e com o produto resultante da venda no leilão, nos devolvam nosso dinheiro, porque não queremos servir de mártires. Mártires não somos. Não queremos servir de acusadores, porque também não somos. Não queremos servir para produto de marketing de vereadores, queremos apenas continuar nossa vida servindo à população, como a palavra que nos designa já diz
Servindo a Dor Pública.

* Advogada filiada à ANPM (Associação Nacional dos Procuradores Municipais), articulista do Jornal da Praça e Funcionária Pública Municipal admitida por intermédio de concurso público de provas e títulos. Email: elizjpp@hotmail.com e elizsaldanha@terra.com.br

Orgulho em ser advogada

"Legalidade e liberdade são as tábuas da vocação do advogado. Nelas se encerra, para ele, a síntese de todos os mandamentos. Não desertar a justiça, nem cortejá-la. Não lhe faltar com a fidelidade, nem lhe recusar o conselho. Não transfugir da legalidade para a violência, nem trocar a ordem pela anarquia. Não antepor os poderosos aos desvalidos, nem recusar patrocínio a estes contra aqueles. Não servir sem independência à justiça, nem quebrar da verdade ante o poder. Não colaborar em perseguições ou atentados, nem pleitear pela iniqüidade ou imoralidade. Não se subtrair à defesa das causas impopulares, nem à das perigosas, quando justas. Onde for apurável um grão, que seja, de verdadeiro direito, não regatear ao atribulado o consolo do amparo judicial. Não proceder, nas consultas, senão com a imparcialidade real do juiz nas sentenças. Não fazer da banca balcão, ou da ciência mercatura. Não ser baixo com os grandes, nem arrogante com os miseráveis. Servir aos opulentos com altivez e aos indigentes com caridade. Amar a pátria, estremecer o próximo, guardar fé em Deus, na verdade e no bem."


Trecho do discurso de paraninfo "Oração aos Moços" de Rui Barbosa.

Inocêncio Rodrigues - Um exemplo de vida


O escritor Inocêncio Rodrigues, é natural de Amambaí, mas atualmente reside em Campo Grande, onde se dedica a escrever, casado há 55 anos com a pedagoga Nadyr Nunes Rodrigues, com quem tem quatro filhos; Márcia e Sandra que também seguiram os caminhos dos pais são pedagogas. Rosana, que se dedicou à área de saúde pública e o biólogo Rinaldo. Inocêncio e Nadyr têm 11 netos e 04 bisnetos que são sua alegria de viver. Sócio fundador do Rotary Club de Amambai residiu em Ponta Porã no período em que Ponta Porã a capital do Território Federal com o mesmo nome. Ele nos contou que em setembro de 1943, o Presidente Vargas baixou o Decreto 5.812, criando novos Territórios Federais no país, entre os quais estava o de Ponta Porã. O novo Território, destacado do extremo sul do antigo Estado, na fronteira com a República do Paraguai, era integrado pelos Municípios mato-grossenses de Ponta Porã, Dourados, Bela Vista, Porto Murtinho, Maracaju, Miranda e Nioaque e Vila União, hoje Amambai. Sua Capital era a nossa cidade.

Em sua justificativa para a criação dos novos Territórios, declarou o Presidente Vargas:

"Não nos impede outro imperialismo que não seja o de crescemos dentro dos nossos limites territoriais para fazer coincidir as fronteiras econômicas com as fronteiras políticas. O escasso povoamento de algumas regiões fronteiriças representa, de longo tempo, motivo de preocupação para os brasileiros. Dai a idéia de transformá-la em Territórios Nacionais, sob a administração direta do Governo Federal. O programa de organização de desenvolvimento desses territórios resume-se em poucas palavras: "sanear, educar, povoar." eis a finalidade da criação dos Territórios Nacionais".

O Diretor do Colégio Osvaldo Cruz em Campo Grande/MT, recebeu uma carta do então Governador Cel. Ramiro Fernando de Noronha para que indicasse o melhor aluno em contabilidade que se formava naquele ano (1943) e que, de preferência solteiro pudesse residir na Capital do Território, ocupando o cargo de 1º Secretário de Governo.

Foi assim, que Inocêncio Rodrigues com 20 anos, assumiu seu primeiro cargo público, e faz questão de afirmar que sua indicação se deu por méritos próprios, estudo constante e metas definidas. Residindo aqui até 1946, quando o Território foi extinto, o governador era o pontaporanense Dr. José Alves de Albuquerque.

Em 1946 ao retornar para Amambai, Inocêncio recebeu a incumbência de instalar a Coletoria de Rendas e exerceu a função de exator durante 05 anos, naquela época a cidade deixava de ser Distrito de Ponta Porã e passou a Município, assim o Governador do Estado nomeou um Prefeito interino para a organização da prefeitura, do qual foi o primeiro Secretario de Governo. Com o advento da eleição para escolha do primeiro prefeito e de vereadores, candidatou-se vereador pela UDN, naquela época vereador não recebia remuneração, com a extinção da UDN, foi reeleito pela ARENA, outro partido de direita.

Enquanto vereador lecionava contabilidade no Colégio Dom Aquino Correa, até ser nomeado diretor do Colégio Dr. Fernando Correa da Costa, sempre na vizinha cidade, onde residiam seus pais; Rosalino e Filomena Rodrigues.

Já casado com seu eterno amor, Nadyr Nunes Rodrigues, retornou a Ponta Porã atendendo ao honroso convite do Prefeito João Portela Freire, onde exerceu na Prefeitura Municipal a função de auxiliar de contabilidade, equivale hoje ao cargo em comissão de assessor, sob as ordens do Sr. Vinicius Soares do Nascimento.
Sentia-me em casa novamente, reencontrei amigos, como Nicandro de Campos (pai do Tabelião Olegário Campos); Geraldo Ribeiro; Lurdes Brandão, Dr. José Issa; os irmãos Elpídio e Hélio Pelluffo, Aral Moreira e tantos outros que, somente por sua insistência nominei alguns, porque me preocupo de não citar outros tantos amigos que lá deixei e tantos outros que já nos deixaram”.

Deixei Ponta Porã pela necessidade de propiciar escolaridade em nível superior e aqui durante quatro anos fui diretor da escola Frederico Lieberman”

Inocêncio Rodrigues lecionou em vários colégios da capital e somente se aposentou depois de 57 anos de serviços prestados a educação e a cultura, mas mesmo depois de aposentado seguiu trabalhando como assessor do Senador Antonio Mendes Canale e dos amigos Wilson Barbosa Martins e José Fragelli.


Indagado sobre seus ex-alunos, respondeu que todos os seus foram ótimos, mas sempre alguns se destacam pelo amor verdadeiro aos estudos e citou alguns nomes; Luiz Carlos Saldanha, juiz aposentado; José Luis Tobias, atual vice-prefeito de Amambaí e Zenóbio dos Santos. “ O Luiz Carlos, trabalhava no Cartório do 2º Ofício e cursava a Escola Técnica do Comércio no período noturno, foi vereador em Amambaí, mas preferiu seguir a carreira jurídica; O José Luis também sempre foi muito estudioso e hoje é vice-prefeito de Amambaí; o Zenóbio Neves dos Santos era como os outros dois um “menino de ouro”, dedicado aos estudos e cordial no tratamento com as pessoas, foi vereador em Amambaí por três vezes consecutivas e Deputado Estadual por duas vezes, carreou muitos benefícios para a sua cidade natal que é Amambai.”

Autor do livro; “Os pioneiros de Amambaí” e com outra obra já pronta para edição “Causas, Lendas e Histórias”, que será brevemente lançado, aos 82 anos, e com muita lucidez, nos deu a receita para manter a cabeça boa, é a leitura diária dos jornais e pelo menos 04 livros por mês. Atualmente esta lendo “A esfinge”. Inocêncio Rodrigues reafirma que com perseverança e leitura constante e muito estudo, nada é impossível.

JUIZ FEDERAL ODILON DE OLIVEIRA
“Desejo que Ponta Porã seja próspera.”
19 de fevereiro de 2005

Pessoas idealistas não são necessariamente sonhadoras. Mas sim, pessoas que colocam em prática o que pretendem, através de um trabalho tão exaustivo que pode beirar à perfeição e isso acaba refletindo em toda uma sociedade. Quando fomos entrevistar o Juiz Odilon de Oliveira, pensamos que seriamos recebidos por uma pessoa arrogante, pelo contrário, o entrevistado desta semana é um homem bastante polido, simples nas palavras e complexo nos pensamentos, crê que a prisão não regenera um individuo e insiste que as chamadas “mulas” (pessoas que transportam a droga para os traficantes) são na grande maioria pessoas excluidas pela sociedade, “vitimas do flagelo social”. Por alguma razão criou-se em torno desse Magistrado uma aura de mistério, uma espécie de ambiente psicológico bom para alguns e ruim para outros. A verdade é que se trata simplesmente de um homem, de aparência mais jovial que os seus 56 anos, de coragem para por em prática suas idéias, um Juiz conhecido internacionalmente pela luta que trava contra a criminalidade e que prolata sentenças comentadas em todos os lugares devido a exasperação das penas. Um funcionário público consciente de suas funções, sabe que suas decisões embora não sejam imutáveis, dificilmente são modificadas pelos Tribunais Superiores, e que passando ao estado de coisa julgada, o dever que o Estado (governo) lhe conferiu de aplicar a Justiça, foi amplamente cumprido. A entrevista foi realizada na sede da Justiça Federal, leia os trechos que seguem:

Eliz: A extradição, que é a entrega de pessoas, acusadas ou condenadas por crimes em um determinado país que a solicita, se trata de um ato de cooperação internacional. Como o Senhor bem sabe, Brasil e Paraguai possuem o Tratado, assinado em 24 de fevereiro de 1922 e promulgado pelo Decreto 16.925 de 26 de maio de 1925. O Paraguai tem obedecido a esse Tratado, ou seja, entrega os brasileiros para que sejam julgados no Brasil?

Dr. Odilon: Na prática, o tratado de extradição entre o Brasil e o Paraguai, assinado em 1922, sempre foi letra morta. Recentemente, as autoridades paraguais passaram a cooperar com o Brasil, até além do esperado. Esse aquecimento decorre de contatos pessoais entre as autoridades dos dois países, principalmente após a instalação da vara federal de Ponta Porã. Pelo menos de uns cinco anos para cá, o relacionamento entre a Polícia Federal brasileira e as autoridades policiais paraguaias já vem sendo muito bom. Exemplo disto estão nas operações conjuntas, já em número de doze, realizadas entre os dois países, citem-se, apenas, de 04 meses para cá, a realização de várias operações para prisões de brasileiros em território paraguaio, fugitivos da Justiça brasileira e paraguaios, alguns deles já extraditados para o Brasil. Projetando para o futuro o ritmo dessa colaboração, diversas outras operações, como medidas preparatórias de extradições, serão realizadas em 2005.

Eliz : De acordo com o estatuto do estrangeiro, independente de Tratados, o Brasil pode pedir a extradição de um brasileiro para qualquer outro país, ? Na prática, isso funciona?

Dr. Odilon: Sem tratado de extradição, ou seja, apenas com base no estatuto do estrangeiro, só funciona, na prática, se o Brasil oferecer reciprocidade e esta for aceita pelo país requerido (país onde se encontra a pessoa procurada pelo Brasil).

Eliz: O senhor não acha que essa cooperação internacional é utópica? Ou seja, que na verdade cada país está mais interessado nos seus próprios problemas e que para certos países da América Latina não “compensa” cooperar, entregando criminosos para serem julgados em seus países?

Dr. Odilon: A cooperação internacional para fins de extradição não é utopia. É uma atitude indispensável e uma consequência natural do fenômeno da globalização da criminalidade. Quando se trata de crime internacional, e isto ocorre, no âmbito federal, com quase todos os delitos de tráfico de drogas, de lavagem e crimes financeiros, os interesses envolvidos pertencem a mais de um país. Decorrentemente, todos sendo interessados no combate à criminalidade transnacional, nenhum país sério deixará de cooperar em matéria de extradição. É claro que cada país adota uma maneira propria de organização política, econômica e social. Todavia, a globalização, que se materializa na mobilização do ser humano, de seus bens e interesses, principalmente econômicos, elege a cooperação internacional, em todos os sentidos, como conduta de sobrevivência. Isto até força a mudança de conceito de soberania, amoldando-a a feições que se enquadram no desempenho imposto pela globalização de todos os setores da atividade humana,inclusive da criminalidade.

Odilon de Oliveira fala sobre sentenças rigorosas


Eliz: Alguns comentam que suas sentenças são exageradamente rigorosas, às vezes aplicando penas de até 100 anos de reclusão. O Senhor também não acha que exagera nas penas?


Dr. Odilon: A justiça, no meu entender, sem pretender ser justiceiro, deve ser adequada à realidade em que atua. A reprimenda tem que levar em conta vários fatores, dentre eles as consequências do delito. Está escrito na lei penal que ela seja suficiente para a reprovação e prevenção do crime. Ninguém nega que o tráfico internacional de drogas, os crimes financeiros, a lavagem de dinheiro e a sonegação fiscal sejam nefastos para a sociedade. A reprimenda, em tais casos, tem que servir de efetiva reprovação. Logo, as penas por mim aplicadas nada têm de exagero.

Eliz: O Juiz Odilon é uma lenda vida. O senhor tem consciência disso?

Dr. Odilon: Não há nada de lenda. O juiz Odilon se limita a cumprir suas obrigações, e procura fazê-lo consciente de que a finalidade principal do Judiciário é pacificar o convívio social através da solução dos conflitos de interesses.

Eliz: Ponta Porã, eu nasci aqui, e fico triste quando falam mal da minha cidade, aliás, todo pontaporanense deseja que a cidade seja notícia também por coisas boas.O que o senhor deseja para Ponta Porã?

Dr. Odilon: Desejo para Ponta Porã muita prosperidade. Isto somente ocorre mediante um compromisso comum emanado das autoridades. Em síntese, cada um, cumprindo sua obrigação, fará o Município prosperar. Disto não está dissociado o meu desejo de me fixar definitivamente como juiz Federal em Ponta Porã.



Frases:
“A sociedade faz da vítima o que quer, os traficantes também fazem o querem das pessoas, se aproveitando da pobreza, da fome.”

“Cada um deve cumprir o seu dever. O Prefeito deve cumprir o seu dever, o Juiz deve cumprir o seu dever, assim Ponta Porã será próspera.”

“Sei que a Justiça Federal em Ponta Porã tem agradado as pessoas de bem e desagradado as pessoas que não estão não estão do lado do bem.”

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