20 março, 2010

AO GAPP - Agradecimento a homenagem recebida pelo Grupo de Apoio às Pessoas Convivendo com o Virus HIV/AIDS

QUERIDA SIMONI,


Ser voluntário é ser divino, é ser humano é ser ninguém.

Abraçar uma causa é abraçar a si mesmo, para que com a realização do outro, a gente se realize também.

O voluntário pode ser grande, pode ser pequeno, pode ser relapso pois em suas mãos está o livre arbítrio. É ser ou não ser, é deixar o coração levar para qualquer caminho, é poder voar, errar e quando se arrepender é poder voltar.

A divindade do voluntário reside no fato de que se torna anjo para àqueles cuja esperança há muito se esvaiu. Homem e mulher comum, pecador e pecadora que num momento supremo é elevado ao grau de santidade.

Meu Deus! Quanto inversão. Sou o anjo desses anjos sou a santa desses santos, sou a esperança desses excluídos, mesmo sendo humana, mesmo sendo ninguém.

Me entristece quando olho para trás, foram tantas vezes que me omiti ao receber o chamado, estava envolvida somente comigo e com a necessidade do anonimato. Essa resistência em aparecer, essa insuportável leveza do ser. Ao Ser Superior sempre pedi apenas e tão somente a liberdade de ser feliz.

E durante muito tempo permaneci preocupada com o que achavam de mim, sobre o que pensavam ao meu respeito. Mas com o GAPP aprendi que pouco importa o que os outros acham de mim, o amor daqueles que pouco amor receberam nesta vida, é que me importa.

Amiga querida, sei que a minha vida, a tua vida, a nossa vida é efêmera, por isso nada mais me preocupa.

E hoje, ao receber esta grande homenagem, me redescobri. O que passou passou, e recebi neste dia, a oportunidade diária que só o amor dá. A oportunidade de recomeçar.

Por todo o exposto, afirmo sem medo de errar que se morrer amanhã, não estou preocupada, juridicamente o GAPP não ficará sozinho, com amor plantei a semente. Já tenho substituto, já posso me considerar dispensável.

Com meu suor formei meu filho, minha semente de amor que brotou neste terreno árido da vida, e que já foi regada com a decepção, com as perdas, com os infortúnios. E cresceu, se desenvolveu, e assim como eu descobriu que só há dois caminhos a seguir: o do bem ou o do bem, mesmo que seja pavimentado pelo amor ou pela dor. Nuno jamais irá abandonar o projeto que iniciei, disto tenho certeza absuluta.


O segredo consiste em começar como participante e virar facilitador. Isto é ser voluntário.

O GAPP DE PONTA PORÃ com todas as dificuldades pela qual passa pode ser considerado referencia nas fronteiras do País. Vencemos!

ELIZ SALDANHA

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